Textículo (*) s. m., texto ridículo; texto pequeno. (* não existe no dicionário)
10.12.09

Raptada ao Combustões, «...outra página sobre a História Desconhecida dos portugueses na Ásia que se abre. Ora, esses portugueses vivendo perto da Igreja da Conceição eram nada mais que o corpo de elite do exército(...) O Príncipe de Vientiane, Chao Anou, um homem de grande carisma, pensara poder unir os principados Laos e denunciar a vassalidade que o obrigava a enviar tributo anual a Banguecoque. Confiante, deixou de enviar o "bunga mas" aos siameses, sondou os britânicos para lhes solicitar protecção e iniciou a rebelião, invadindo território siamês, chegando às cercanias de Banguecoque. No momento derradeiro, o Corpo de Artilheiros Portugueses fulminou a investida. A retaliação siamesa foi brutal. Lan Chang foi riscada do mapa, a sua capital destruída até às fundações e a população, por inteiro, transferida para aquilo que é hoje o Issan, no leste da Tailândia.». Lido nos jornais, «Pedro Teixeira:(...) Os índios brasileiros chamavam-lhe "Curiua-Catu", o Homem Branco Bom e Amigo, e quase no final da sua vida foi nomeado capitão-mor do Grão Pará. Fez-se acompanhar por índios numa expedição que partiu de Gurupá, a 28 de Outubro de 1637, com duas mil pessoas. Subiram os rios Amazonas e Negro e chegaram à cidade de Quito, actual capital do Equador, voltando a Belém do Pará 26 meses depois da partida (a 12 de Dezembro de 1639). O rio Amazonas passava, assim, a pertencer na sua totalidade a Portugal (que permanecia sob o domínio da Coroa espanhola). Um feito extraordinário para a época.»

 

And Now for Something Completely Different... pediram-me noutro dia, entre garfadas, a opinião sobre a actual política nacional, ao que respondi que estando à mesa não seria educado proferir as palavras que me corriam na cabeça. «Se a estupidez, com efeito vista por dentro, não se confundisse com o talento, se, vista por fora, não tivesse todas as aparências do progresso, do génio, da esperança, ninguém desejaria ser estúpido e não existiria a estupidez. Pelo menos seria muito fácil combatê-la. O pior é que ela tem qualquer coisa de extraordinariamente natural e convincente. Por isso, quanto alguém considera um cromo mais artístico do que um quadro a óleo, este juízo comporta uma parte de verdade muito mais simples de demonstrar que o génio de Van Gogh. Da mesma forma se torna muito mais fácil e rentável ser-se um dramaturgo muito mais poderoso do que Shakespeare, um romancista mais igual do que Goethe; um bom lugar-comum é sempre mais humano que uma nova descoberta. Não surge um único pensamento importante do qual a estupidez não saiba imediatamente aproveitar-se, ela pode mover-se em qualquer direcção e assumir todos os trajes da verdade. A verdade, essa só tem um traje, um só caminho, por isso fica sempre de pior partido.», Robert Musil, in O Homem sem Qualidades.

 

Thomas Mann chegou aos Estados Unidos dizendo: «Onde eu estiver, está a cultura alemã», houve quem atribuísse uma grande dose de arrogância a esta declaração que mais tarde o irmão explicou nas memórias com a frase de Fausto: «Aquilo que de teus pais herdaste, merece-o para que o possuas». Não fora arrogância mas sim um profundo sentido de responsabilidade que levara o escritor a identificar-se daquele modo com a sua própria cultura. Tal como antes o nobre Ulrich von Hutten, companheiro de Lutero durante a Reforma, escreveu: «A nobreza de nascimento é puramente acidental e, por conseguinte, insignificante para mim. Procuro noutro local as fontes da nobreza e bebo dessa nascente. A verdadeira nobreza é a do espírito por via das artes, das humanidades e da filosofia que permitem à humanidade a descoberta e reivindicação da sua forma mais elevada de dignidade, aquela que faz distinguir a pessoa daquilo que também é: um animal.» Arre!! Arre!!

 

 

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13.10.09

Alguns de vocês já conhecem este anúncio de uma seguradora tailandesa.

 

Foi gravado na única escola para crianças com deficiência do norte da Tailândia, a Sri Sangwan School.

 

 

Palavras para quê...

 

 

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22.7.09

Miguel Castelo Branco é um português na Tailândia e mantém dois blogs que sigo com atenção, o COMBUSTÔES e o 500 anos Portugal-Tailândia que merecem ser lidos. Ali descobre-se também Portugal.

 

"Com efeito - as estatísticas não mentem - Portugal realizou o impossível: sobreviveu quase um milénio no escalvado e quase improdutivo canto extremo ocidental da Europa, construiu o Brasil numa dimensão quase continental, resistiu à corrida ao continente africano e aí deixou cinco estados, manteve-se na Ásia até ao limiar do terceiro milénio, arrancou a ferros Timor dos braços da Indonésia muçulmana. Os povos revelam-se na adversidade. A grandeza de Portugal só se revelou quando se finaram as grandes gestas náuticas, as retumbantes vitórias militares e a riqueza da casas da Mina e da Índia. Quando o Império iniciou o seu ocaso, não foram nem os príncipes nem os eclesiásticos purpurados que mantiveram a vida nos Concelhos, que animaram os hospitais e as Misericórdias, que reuniram fazendas e sangue para refazer os panos de muralha. Até mesmo quando o inimigo sobre nós triunfou e quando por cavalheirismo de guerra permitiu que os Homens Bons reunissem família e pecúlio e zarpassem para terras portuguesas, nos mais pequenos rincões ficaram os pobres aos quais coube resistir silenciosa e teimosamente.


 
 

 

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22.6.09

David Leite é um luso-descendente americano muito respeitado pelo que escreve sobre a nossa comida, em Agosto publicará este livro. Pode-se já seguir o seu trabalho no Leite's Culinaria e como exemplo deixo-vos o doce que é o post  "A Sweet History: Portugal’s Pastéis de Tentúgal"!

 

 

"This is the perfect cookbook for lovers of salt cod, and it just might be the perfect cookbook for those who dislike the mild, Atlantic fish. By highlighting the eclectic ingredients and modern techniques that define the country today, Leite brings the often-overlooked foods of Portugal center stage. Cooks are introduced to a delectable jumble of dishes that range from classic to contemporary." —Publishers WeeklyThis book begs the question why, in heaven’s name, have we ignored Portugal for so long? David Leite’s Portuguese dishes practically stand up and salute with flavor. And he is smart about the Portugal he portrays. The temptation is to look only to the past and the traditional, but David knows cuisines are restless, ever shifting beings. He gifts us with the land of his family as it was and as it is now. We’ll be cooking from this book for a long time.” — Lynne Rosetto Kasper and Sally Swift, authors of The Splendid Table’s How to Eat Supper

 

Ainda a propósito li a semana passada no DN que se comemoram os 500 anos da chegada dos portugueses à Tailândia e por lá somos conhecidos pelo país das boas sobremesas, os fios-de-ovos são ainda hoje um dos doces mais apreciados no país, essenciais em qualquer festa familiar, por lá são feitos com ovos de pata e menos açucar.

 

 

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