Cumprindo antigas profecias, nasce em Belém um miúdo, o Messias enviado por Deus, enviado à Terra para salvar a humanidade. Conta também a tradição que Melchior, Baltasar e Gaspar, os Reis Magos, guiados por uma estrela vinda do oriente o encontraram o menino Jesus e lhe ofereceram presentes.
Vindo do oriente, deixo-vos um video bollywoodesco, para desejar um feliz Natal a todos e às vossas famílias.
O desportista de sofá, recostado e confortável, olha para a caixa-de-lobotomia(vulgo televisão) e acha que o Usain Bolt corre como o vento só porque tem pernas, dúvida que a sequência genética do Michael Phelps não esteja, ela, enxertada de golfinho e desconfia que a origem da espiritualidade podal de Leonel Messi é devida aos deuses da redondinha. Não vê as horas suadas, os quilometros corridos, a repetição das técnicas, o estudo e a elaboração de estratégias, treinam-se para festejar, trabalhando, num Mundial, nuns Olímpicos.
Fareja-pechinchas, fashionistase povo em geral consome. No fundo treina-se o ano inteiro para chegar a esta altura e redescobrir que o Natal não é boa-vontade e abundância massificada, é também consumo, um produto. Então por alturas do solstício montado em renas, surge o espírito do Natal como metáfora do consumo dádiva, é o mesmo mecanismo que busca uma autênticidade ou desculpa para se tatuar o corpo, um escapismo que justifique o acto e aplaque idealismos, frustrações ou conveniências.
Não peço mais que momentos em família, até porque podem ser os últimos e por isso todo este cinismo.
“Vê do Benomotapa o grande Império, Da selvática gente, negra e nua, Onde Gonçalo morte e vitupério Padecerá, pola Fé santa sua. Nace por este incógnito Hemispério O metal por que mais a gente sua. Vê que do lago donde se derrama O Nilo, também vindo está Cuama.” Canto X dos Lusíadas, nº93´
O Gonçalo de que fala Camões trata-se dum missionário jesuíta português em terras de África e protomártir da África Austral, D. Gonçalo da Silveira, filho dos Condes da Sortelha e irmão de D.Álvaro da Silveira, capitão da Índia, nasceu em Almeirim a 23 de Fevereiro de 1521 e foi martirizado no Monomotapa a 15 de Março de 1561. Dá nome a uma fundação cuja missão é contribuir para o desenvolvimento humano integral, em especial nas comunidades mais desfavorecidas dos países lusófonos, principalmente através do apoio às missões jesuítas, e também pela sensibilização para uma sociedade mais comprometida.
Onde trabalho, pelo Natal, os colaboradores recebem prendas simbólicas, partilhando o dinheiro normalmente investido em prendas no apoio a instituições de solidariedade. Nos anos anteriores foram as crianças internadas no IPO de Lisboa, os Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal e a Associação Promotora do Ensino dos Cegos. Este ano foi esta fundação num projecto que visa construir 3 escolas em Matacuane, Moçambique. Feliz Natal.