Textículo (*) s. m., texto ridículo; texto pequeno. (* não existe no dicionário)
7.12.09

É este o nome de uma fábula de La Fontaine(séc XVII), a respeito dum traficante marítimo que muito enriqueceu e os seus dias de jejum, devotamente cumpridos, passaram a autênticos banquetes. Gabava-se do seu savoir faire e do seu talento em correr riscos e a investir o seu dinheiro. No entanto, as coisas mudaram, os ventos foram-lhe contrários, empobreceu. E não é que desatou logo a incriminar a Fortuna, o Destino, a Sina.

 


Espero vir a ter de roer o braço cerce, estando enganado, mas esta notícia "Taxas Euribor arrancam semana a subir", não augura nada de bom e pode vir a ser o sinal de que, verdadeiramente, a crise começa agora. Vou guardar um pacote de sal e outro de pimenta, só para o caso de vir a ser necessário.


"O orçamento deve ser equilibrado, o Tesouro aprovisionado, a despesa pública reduzida, a arrogância dos dirigentes moderada e controlada e a ajuda externa condicionada de modo a que Roma não vá à falência. As pessoas têm que reaprender a trabalhar em vez de viverem da assistência pública." Cícero – 55 a.C. In “República”



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19.11.09

Em Junho de 2008, Marc Faber, Analista de Investimentos, encerrava o seu boletim mensal com um comentário engraçado sobre o estudo do "governo" Bush que visava lançar um projecto de ajuda à economia norte-americana: "O Governo Federal está a conceder a cada um de nós uma bolsa de U$ 600,00. Se gastarmos esse dinheiro no supermercado Wall-Mart, esse dinheiro vai para a China. Se gastarmos em gasolina, vai para os árabes. Se comprarmos um computador, vai para a Índia. Se comprarmos frutas e vegetais, irá para o México, Honduras e Guatemala. Se comprarmos um bom carro, irá para a Alemanha ou Japão. Se comprarmos bugigangas, irá para Taiwan... e nenhum centavo desse dinheiro ajudará a economia americana. O único meio de manter esse dinheiro na América é gastá-lo com prostitutas e cerveja, considerando que são os únicos bens ainda produzidos por aqui. Já comecei a fazer a minha parte..."

Recebeu dum brasileiro um comentário igualmente bem-humorado:
"Realmente a situação dos americanos parece cada vez pior mas lamento informar que, depois desse seu email, a Budweiser foi comprada pela brasileira AmBev. Portanto, restaram apenas as prostitutas, porém, se essas passarem parte de dinheiro para os filhos, a maior parte irá parar a Brasília."

 

O ecónomistas tem um humor particular, normalmente sai-me do bolso. "O ministro da Economia, Vieira da Silva considerou, esta quinta-feira, que o facto de a selecção nacional ter conseguido a qualificação para o Mundial da África do Sul é uma boa notícia para a Economia portuguesa. O ministro sublinha que esta é uma qualificação que tem «uma relevância económica significativa». Também questionado pelos jornalistas sobre os resultados das novas estimativas da OCDE, Vieira da Silva preferiu não comentar os dados alegando que ainda não os viu e prometendo falar sobre estas novas previsões no final do Conselho de Ministros desta quinta-feira." O gajo tem ou não tem piada!?

 

 

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2.10.09

A rádio pública de Chicago fez um programa especial sobre a crise(50min), nele recorda entrevistas e conversas com a rapaziada que embrulhou o sistema financeiro em produtos tóxicos, que a crise imobiliária americana tratou de desmascarar. E conversou com eles agora. Esta malta tem nomes e a história consegue quase ser traçada até ao momento primordial.

 

Fiquei a saber que afinal depois da crise o mundo está mais rico, o que para mim é inesperado, outra coisa não seria de esperar de alguém cuja a definição de crise é "Não há dinheiro, não palhaços; Não há palhaços, não há circo; Não há circo não há crianças felizes."

 

Em todo o caso, houve bancos que faliram e a burla do Madoff foi exposta, mas pelos vistos os mercados financeiros pouco têm feito pela limpeza ética de certas práticas. Termino a recordar o que já escrevi no passado sobre este assunto, "Os ratos em balsas, estão confusos mas cuidam uns dos outros."

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1.9.09

Dorothea Lange fotografou como ninguém a grande depressão dos anos 30 nos Estados Unidos da América.

 

 

As fotografias de Florence Owen Thompson com os seus filhos ficarão como memória desses tempos. "I did not ask her name or her history. She told me her age, that she was thirty-two. She said that they had been living on frozen vegetables from the surrounding fields, and birds that the children killed. She had just sold the tires from her car to buy food. There she sat in that lean-to tent with her children huddled around her, and seemed to know that my pictures might help her, and so she helped me. There was a sort of equality about it."

 

Outrora não era patologia, era condição.

 

 

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20.8.09

 

"Já disse, não trouxe dinheiro, não vou comprar nada! Não me maçem!"

 

 

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