Parei no fim-de-semana passado num café perto de casa, para uma bica rápida, é um sítio particularmente interessante frequentado por gente bem-intencionada mas inteligente como a cabeça de um motor. Um retrato típico de famílias próprias duma série cómica de televisão, eles mecânicos armados em pavões, os putos ranhosos e barulhentos e elas mascam pastilhas enquanto fumam e se questionam sobre extensões capilares.
Entre "mines" e tremoços, os pavões roçam os ditos na mão enquanto se vangloriam de ter mudado a correia de distribuição em tempo record, elaboram sobre as qualidades do novo telemóvel ou do excelente negócio que fizeram ao comprar um chasso que agora roda como uma bomba. Confundiu-me desta vez ver um deles a jogar computador no Magalhães do filho!
Se o Parkour é a prática de movimentos de forma eficiente que permita ultrapassar obstáculos numa emergência, o corridinho também seria uma boa opção. O corridinho é bailado com os pares sempre agarrados, formando uma roda, as raparigas por dentro e os rapazes por fora. Ao girar da roda, os pares evoluem, portanto, de lado. A certa altura, «quando a música repica», «o bailho é rebatido», isto é, os pés batem no chão com mais vigor, parando a roda, para prosseguir logo de seguida. Mais adiante, os pares «valseiam», entenda-se bailam agarrados girando no mesmo lugar, após o que a roda de novo retoma a sua evolução, sempre para o lado direito. Isto tem algo de "emergência" de agasalho! Sinceramente gostaria de mandar daqui um desejo de rápidas melhoras ao "Faísca".