Textículo (*) s. m., texto ridículo; texto pequeno. (* não existe no dicionário)
22.12.09

O desportista de sofá, recostado e confortável, olha para a caixa-de-lobotomia(vulgo televisão) e acha que o Usain Bolt corre como o vento só porque tem pernas, dúvida que a sequência genética do Michael Phelps não esteja, ela, enxertada de golfinho e desconfia que a origem da espiritualidade podal de Leonel Messi é devida aos deuses da redondinha. Não vê as horas suadas, os quilometros corridos, a repetição das técnicas, o estudo e a elaboração de estratégias, treinam-se para festejar, trabalhando, num Mundial, nuns Olímpicos.

 

 

Fareja-pechinchas, fashionistas e povo em geral consome. No fundo treina-se o ano inteiro para chegar a esta altura e redescobrir que o Natal não é boa-vontade e abundância massificada, é também consumo, um produto. Então por alturas do solstício montado em renas, surge o espírito do Natal como metáfora do consumo dádiva, é o mesmo mecanismo que busca uma autênticidade ou desculpa para se tatuar o corpo, um escapismo que justifique o acto e aplaque idealismos, frustrações ou conveniências.

 

Não peço mais que momentos em família, até porque podem ser os últimos e por isso todo este cinismo.

 

 

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De sayuri a 22 de Dezembro de 2009 às 21:54
Obrigada pelo ultimo paragrafo!! Quanto aos 'podem ser os ultimos', todos os dias podem ser os ultimos, vero?
(não há meio de eu desenguiçar com esta época; apresento as minhas desculpas)

De texticulos a 22 de Dezembro de 2009 às 23:28
O último parágrafo deve-se ao estado de saúde da minha avó. Não tens que pedir desculpas.

De Nojita a 28 de Dezembro de 2009 às 15:08
.... há coisas que não tem preço, mas são de um valor inigualável! Bom Natal e os outros dias todos também!