Textículo (*) s. m., texto ridículo; texto pequeno. (* não existe no dicionário)
19.9.08

A uns meses, chegado a Madrid e não querendo perder muito tempo entre a cadeira do avião e a cama do hotel, sabendo que chegaria bastante tarde, fiz a reserva num hotel perto do aeroporto. É um edificio alto, que se vê  à distância, vindo de diversas direcções.

 

Quando me apercebi dos diversos ângulos de que já contemplara do hotel, fantasiando a aterragem no colchão, começei a suspeitar que estava metido num sarilho. O primeiro taxista tentou em vão durante mais de meia-hora, antes de me trazer de volta ao aeroporto. O segundo usou o sistema de navegação por satélite depois de ligar a alguém para saber a morada de destino, o tal sistema insistia em levar-nos para longe do aeroporto e ao fim duns minutos desligou-o, teimava em nos indicar o caminho do hotel equivalente em Barcelona. De volta ao aerporto e com um terceiro taxista, na estrada nenhum caminho nos parecia conduzir ao hotel. Desta vez o sistema de navegação ludibriou-nos num trajecto circular que nunca chegou ao objectivo. Nenhum dos taxistas parou para pedir indicações, presumo que orgulhosos da infalibilidade do seu sistema de navegação, apenas igualada pela fé na universal capacidade de leitura de mapas masculina. Eu próprio teria feito o mesmo. 

 

Mais meia hora e depois de conversar com um polícia, o taxista lá encontrou a pequena azinhaga, invisível ao satélite, que nos levou à entrada do hotel. Teria sido mais rápido ter ficado perto do centro, mas não tão divertido, mal consegui parar de rir até finalmente cair na cama e até ficou barato porque o taxímetro foi precocemente desligado nesta odisseia. Gracias Manolo, Emilio y Juan.

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