Para lá da constelação de Virgem, num dos braços da espiral Coma Berenice, gira o planeta Zilbun em torno de Alya, sendo o terceiro de um grupo de nove. Pouco depois de ter pousado no planeta, após uma viagem de 59 milhões de anos-luz, Simião Jacinto estava na presença dum juíz zilbuniano, acusado de assassinato. Solenemente foi sentenciado à morte, pena essa que ser-lhe-ia aplicada ao raiar da aurora, encarcerado numa engenhoca que disparava raios azuis, sem possibilidade de recurso.
O astronauta foi então encaminhado ao Pavilhão dos Condenados, de caminho foi-lhe explicado que o pavilhão era uma ampla sala abastecida com todo o tipo de iguarias e bebidas e tudo o mais que desejasse, por ser a sua última noite, em torno da sala existiam quatorze quartos maravilhosamente decorados onde encontraria belíssimas e travessas mulheres. "Kom Kariakas!" - pensou. - "Não tenho tempo para disfrutar de tudo isto. Quantas horas me faltam até nascer o dia?" - perguntou. O guarda pareceu confundido e consultou um pequeno livro e ao fim de alguns segundos com um ar soturno começou a ler "O planeta Terra realiza 87 voltas em torno da sua estrela, o Sol, no decurso dum período de obscuridade em Zilbun." - concluído - "É melhor que se despache, para nós que vivemos vinte mil anos é um instante." E assim começou a longa noite de festas, bebedeiras e pouca-vergonha, não obrigatóriamente por esta ordem.
E depois acordei!